terça-feira, 17 de agosto de 2010



Demorei tanto tempo para aprender a amar...
O amor sempre me trouxe dor,então resolvi...
Não amar jamais...
até que essa ferida se feche junto com as outras...

Um comentário:

  1. A lagarta...

    A luz da manhã toma o quarto , raios agudos passam entre as grades da janela, como ladrões de sono invadindo a casa , agredindo seus olhos de coruja.
    Fecha pálpebras , só, vê escuridão, protegida por cortina de pele-sangue ,que rubra ilumina-se com a luz cortante.

    Negro é o coração do infinito, onde dança uma estrela...

    Imagens surgem como fantasmas e não foram chamadas. Mas, algumas, incitadas por sua vontade, a um lapidar volitivo, tomam forma e cor, animam-se como vivas fossem e seguem a melodia...

    Uma martelada ressoa um ensurdecedor silêncio, para que acorde, por breve instante. Alguma irada angústia sedenta de vida, sem justificativa plausível ,dá seus golpes.

    Um velho morreu, seu tempo ou sua vontade acabaram...

    Naquele dia fustigou sua memória, catando pedaços do pretérito, livros empoeirados, discos arranhados, filmes intactos.
    Mas seriam tão velhos? Seriam pretéritos ?

    Onde a grande lagarta se esconde, maior a cada movimento? Deixa apenas pegadas, ácidas marcas , feridas expostas ao inverso, que as vezes sangram para fora, e cicatrizes, sempre novamente costuradas.


    Paulo Vinícius

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